Gabriel Nascimento dos Santos
A branquitude não marcada da Linguística brasileira
Speaker
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Gabriel Nascimento dos Santos
Gabriel Nascimento dos Santos
Gabriel Nascimento é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia. Doutor em Linguística pela Universidade de São Paulo, foi Visiting Scholar na Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos. É autor dos livros “Racismo linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo” (Letramento editorial), “Este fingimento e outros poemas” (García) e “O maniaco das onze e meia” (Multifoco), além de duas dezenas de artigos em periódicos especializados.
Mediator
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Marco Antonio Lima do Bonfim
Marco Antonio Lima do Bonfim
Marco Antonio Lima do Bonfim é militante do Movimento Negro Unificado do Ceará (MNU). Pós-doutorando em Educação e Ensino na Universidade Estadual do Ceará (MAIE/ PNPD/ CAPES). Doutor e mestre em Linguística Aplicada. Professor e negro-pesquisador no Mestrado Acadêmico Interdisciplinar em História e Letras na mesma universidade (MIHL – UECE), onde coordena o Grupo de Estudos Discurso, Identidades, Raça e Gênero – GEDIRG. Professor do Seminário Especializado “O Brasil contemporâneo sob a ótica de pensadores(as) negros(as): o que temos a dizer sobre democracia, fascismo e racismo” pelo Afro-Latin-American Research Institute at the Hutchins Center Harvard University. Membro da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as – ABPN. Coordenador do eixo Educação Decolonial na diretoria da Associação de Estudos Pós-Coloniais e Decoloniais no Ensino na Cultura e nas Literaturas Sul-Sul (PODES). Tem experiência de pesquisa em Estudos Críticos da Linguagem (Análise de Discurso Crítica, Nova Pragmática e Antropologia Linguística), relações raciais (Branquitude, racismo antinegro e estereótipos racistas em livros didáticos), epistemologias decoloniais na Linguística Aplicada, movimentos sociais, mística e linguagem. Atualmente vem, junto ao seu grupo na UECE, formulando e publicando acerca de uma Linguística Aplicada negro-diaspórica e interseccional.
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Gabriel Nascimento dos Santos
A branquitude não marcada da Linguística brasileira
A ideologia racista ligada a um nacionalismo brasileiro, que nega a existência do racismo no país e da contribuição dos povos africanos na insurgência e existência de uma institucionalidade nacional, é inerentemente anti-negra. Por exemplo, em 2020, o Governo Federal revogou programas de ações afirmativas para a pós-graduação em universidades, entendendo negros como sujeitos sem direitos. Essas ideologias anti-negros também influenciam a linguística brasileira. No século XX, um dos representantes de destaque dessa iniciativa é o Projeto da Norma Urbana Linguística Culta (Projeto NURC), que escolheu o falante urbano, em sua maioria brancos, como a norma para todos os falantes, importando uma visão de adequação linguística a partir de uma visão do branco e urbano como falante-ouvinte ideal. Da mesma forma, uma série de palestras diárias online organizadas pela ABRALIN, a associação profissional nacional de linguística no país, a partir de maio de 2020, se manteve sem palestrantes negros brasileiros durante o primeiro mês e meio da programação. Neste trabalho, buscamos provocar discussões no sentido de repensar o papel da branquitude na linguística brasileira, a partir da ideia do negro-tema e negro- vida, no sentido de fortalecer a ABRALIN e a própria linguística brasileira rumo a novos rumos menos anti-negros.