Indígenas, mamelucos e história social
Experiências particulares nos Impérios Ibéricos ultramarinos
Participants
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Tânia Lobo
Tânia Lobo
Tânia Lobo é doutora em Filologia e Língua Portuguesa pela USP (2001). É Professora Associada IV de Língua Portuguesa do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia, onde atua no Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura, dedicando-se, principalmente, a investigar a história social do português brasileiro e a história social da cultura escrita no Brasil. Coordena o Programa para a História da Língua Portuguesa (PROHPOR), fundado por Rosa Virgínia Mattos e Silva em 1992, e a equipe baiana do Projeto Nacional Para a História do Português Brasileiro (PHPB). De agosto de 2010 a agosto de 2012, foi também coordenadora da Comissão de Pesquisa em História do Português Brasileiro da ALFAL (Associação de Linguística e Filologia da América Latina). Integra a Comissão Científica Internacional do projeto Pombalia-Pombal Global, que publicará a obra completa pombalina e uma Enciclopédia das Luzes em Portugal.
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Eduardo Neumann
Eduardo Neumann
Eduardo Neumann é Professor do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGHIS/UFRGS). É doutor em História Social pelo Programa de Pós Graduação em História Social/ UFRJ (2005), tendo realizando pesquisas em arquivos da Península Ibérica entre 2003/2004, com uma bolsa “sanduíche”. É representante da UFRGS no Comite ” Historia, regiones y fronteras” da AUGM (Asociacion de Universidades del Grupo Montevideo. Desenvolve suas pesquisas no âmbito da história da América colonial, privilegiando a sociedade rio-platense e sua condição de fronteira. Atualmente investiga as práticas letradas no rio da Prata, especialmente o impacto da alfabetização nas reduções jesuítico-guaranis e a apropriação da escrita pelos indígenas.
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Pedro Daniel Souza
Pedro Daniel Souza
Pedro Daniel Souza é doutor em Língua e Cultura (2019) pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor Assistente na Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e Membro dos Grupos de Pesquisa Programa para a História da Língua Portuguesa (PROHPOR), vinculado ao Subprograma História da Cultura Escrita no Brasil (HISCULTE), e Fala e Contexto no Português Brasileiro (GCONPORT), desenvolve pesquisas nas áreas de Linguística Histórica e História Social da Cultura Escrita no Brasil, atuando principalmente na investigação dos seguintes temas: constituição sócio-histórica da língua portuguesa, sintaxe histórica do português brasileiro, sociolinguística, variação e normas linguísticas, história social linguística do Brasil, história social da cultura escrita e populações indígenas brasileiras, com ênfase na Bahia setecentista.
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Ana Sartori
Ana Sartori
Ana Sartori é doutora (2016) na área de Linguística Histórica pelo Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da Universidade Federal da Bahia. É professora de Língua Portuguesa da UFBA, membro do PROHPOR – Programa para a História do Português, e está vinculada a um subprograma do PROHPOR, o Programa HISCULTE – História da Cultura Escrita no Brasil. Pesquisa atualmente a difusão social da escrita e da língua portuguesa no Brasil.
Mediator
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Zenaide Carneiro
Zenaide Carneiro
Zenaide Carneiro é doutora em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) (2005). Atualmente, é Professor Pleno da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Tem experiência na área de Linguística, com ênfase na Descrição e Análise do Português, atuando principalmente nos seguintes temas: sócio-historia do português brasileiro, história da cultura escrita no Brasil, sintaxe diacrônica do português, descrição comparativa do português brasileiro e português europeu no quadro teórico da linguística histórica; elaboração e uso de corpora eletrônicos do português brasileiro. Integra a Comissão Nacional de Corpora do Projeto Para a História do Português Brasileiro (PHPB), como membro, desde a sua fundação e atualmente também como Conselheira, coordena a Equipe do PHPB-Bahia (PHPB-BA), a do Banco de Dados do Programa Para a História do Português (BIT-Prohpor-UFBA). Criou o Projeto Plataforma CE-DOHS (disponível www.uefs.br/cedohs). Participou da criação do Núcleo de Estudos em Língua Portuguesa (NELP), coordenando-o de 1996 a 2016, e da criação do NELP em Sala de Aula, voltado às atividade de ensino na Graduação e na Pós-Graduação e produção de material didático para a Rede Básica. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq em Linguística.
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Indígenas, mamelucos e história social
Experiências particulares nos Impérios Ibéricos ultramarinos
Apesar de sabido que “Entre as experiências mais marcantes da história do encontro entre populações indígenas e colonizadores estão a descoberta, a entrada, a aquisição e o impacto da escrita com seus inevitáveis corolários: alfabetização, letramento e escolarização” (Bruna Franchetto, 2008), pouco ainda sabemos sobre as mudanças operadas pela escrita no âmbito das sociedades indígenas e mamelucas. Nesta mesa-redonda, põem-se em diálogo os resultados de três investigações sobre o tema. Inicialmente, Eduardo Neumann (UFRGS), com a comunicação A letra dos índios nas reduções do Paraguai Colonial, abordará como o domínio das línguas indígenas por parte dos missionários jesuítas, aliado à instrução alfabética praticada com os Guarani que aceitavam a vida em redução, foram medidas decisivas para o êxito da evangelização pretendida na Província Jesuítica do Paraguai, no período compreendido entre 1609-1768. A seguir, Pedro Daniel Souza (UNEB), com a comunicação “[…] será hum dos principáes cuidados dos Directores, estabelecer nas suas respectivas Povoaçoens o uso da Lingua Portugueza”: política linguística e escola para índios na Bahia (1758-1834), tratará de como se deu a aplicação do Diretório dos índios, formulado, em 1757, para o Estado do Grão-Pará e Maranhão, à outra colônia portuguesa na América, o Estado do Brasil, discutindo como as populações indígenas, nas vilas erigidas na Bahia de segunda metade dos Setecentos, participaram do complexo mundo da cultura escrita na América portuguesa, por meio da escola para índios e da atuação dos escrivães-diretores como agentes de letramento indígena e ensino de língua portuguesa como segunda língua. Por fim, na última comunicação, Mamelucos, mamelucas e distribuição social da leitura e da escrita nos Quinhentos, Tânia Lobo (UFBA) e Ana Sartori (UFBA), analisando as fontes inquisitoriais legadas pela primeira Visitação do Santo Ofício ao Estado do Brasil, produzidas nas capitanias da Bahia, Pernambuco, Itamaracá e Paraíba, abordarão a distribuição social da leitura e da escrita ao final do primeiro século de colonização, quando a população colonial girava em torno de 100.000 habitantes, destacando, entre aqueles que se apresentaram à mesa da Inquisição como depoentes, um grupo particular, constituído apenas por mamelucos e mamelucas.