A Gramática Discursivo-Funcional (GDF; em inglês FDG – Hengeveld & Mackenzie, Functional Discourse Grammar, OUP 2008) surgiu nos primeiros anos deste século como teoria sucessora da Gramática Funcional de Simon Dik. Trata-se de uma abordagem estrutural-funcional: encara os Atos Discursivos como instrumentos de uma estratégia comunicativa e descreve as propriedades dos Enunciados como resultado dessa estratégia. Na apresentação vou começar por dar um enquadramento geral em que explicarei os vários elementos da teoria e situarei os desdobramentos atuais num breve historial em que os colegas brasileiros têm desempenhado um papel de relevo. Em seguida, vou exemplificar alguns mecanismos da GDF com base num estudo do prefixo self- em inglês, que só nas últimas décadas tem vindo a preceder os verbos. Na crise epidemiológica atual, os cidadãos foram incentivados ou mesmo obrigados a “self-isolate” e perceberam sem demora o significado deste verbo cunhado numa situação de emergência. Espero utilizar dados tirados do corpus NOW de Mark Davies (veja-se a apresentação dele no Abralin ao Vivo) para descobrir mais sobre a ascensão dos verbos prefixados com self- e, se o tempo permitir, sugerir algumas comparações com o prefixo auto- em português.