Marco Antonio Lima do Bonfim
Antirracismo nos Estudos da Linguagem
Speaker
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Marco Antonio Lima do Bonfim
Marco Antonio Lima do Bonfim
Marco Antonio Lima do Bonfim é militante do Movimento Negro Unificado do Ceará (MNU). Pós-doutorando em Educação e Ensino na Universidade Estadual do Ceará (MAIE/ PNPD/ CAPES). Doutor e mestre em Linguística Aplicada. Professor e negro-pesquisador no Mestrado Acadêmico Interdisciplinar em História e Letras na mesma universidade (MIHL – UECE), onde coordena o Grupo de Estudos Discurso, Identidades, Raça e Gênero – GEDIRG. Professor do Seminário Especializado “O Brasil contemporâneo sob a ótica de pensadores(as) negros(as): o que temos a dizer sobre democracia, fascismo e racismo” pelo Afro-Latin-American Research Institute at the Hutchins Center Harvard University. Membro da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as – ABPN. Coordenador do eixo Educação Decolonial na diretoria da Associação de Estudos Pós-Coloniais e Decoloniais no Ensino na Cultura e nas Literaturas Sul-Sul (PODES). Tem experiência de pesquisa em Estudos Críticos da Linguagem (Análise de Discurso Crítica, Nova Pragmática e Antropologia Linguística), relações raciais (Branquitude, racismo antinegro e estereótipos racistas em livros didáticos), epistemologias decoloniais na Linguística Aplicada, movimentos sociais, mística e linguagem. Atualmente vem, junto ao seu grupo na UECE, formulando e publicando acerca de uma Linguística Aplicada negro-diaspórica e interseccional.
Abstract →
Marco Antonio Lima do Bonfim
Antirracismo nos Estudos da Linguagem
No campo dos Estudos da Linguagem, em nosso país, existem algumas pesquisas (MAGALHÃES, 2004; MARTINS, 2004; MELO, 2019; LANTHAM, 2006, FERREIRA, 2015, MUNIZ, 2016, NASCIMENTO, 2019, 2020; e SOUZA, 2020) entre outras/os) que mobilizam as categorias linguagem, identidade e raça de maneira imbricada. No campo da Linguística Aplicada, temos tido cada vez mais uma virada descolonial (BONFIM, 2016) que tem buscado “alternativas, sem os purismos ou fundamentalismos característicos da colonialidade, para a construção de descolonialidades na compreensão do mundo e da vida social” (GUIMARÃES; VESZ, 2019, p. 7-8). Nesse sentido, argumentarei nesta conferência que 1) nossas práticas linguísticas são racializadas; 2) a linguagem não pode prescindir de ser analisada em sua articulação com os processos coloniais e com as formas de subjetivação que participa(r)am da construção de corpos, identidades raciais e generificadas ao longo do sistema-mundo-patriarcal-capitalista-colonial-moderno (GROSFOGUEL, 2010); 3) linguistas (aplicadas/os) lidas/os como sujeitos brancos/as devem assumir os efeitos de sua branquitude tanto em sua prática de pesquisa e ensino no campo dos Estudos da Linguagem como no cotidiano, sob pena de (re)produzirem o racismo epistêmico.