Rodolfo Ilari
Os documentos do PHPB: velhas e novas receitas para ler e aprender com eles
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Rodolfo Ilari
Rodolfo Ilari
Rodolfo Ilari é doutor em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (1975). Fez parte do grupo que fundou o Departamento de Linguística da Universidade Estadual de Campinas, no qual trabalhou até 2007. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Lingüística, tendo trabalhado principalmente nos seguintes temas: linguística românica, semântica, pragmática, aspecto verbal, ensino de língua materna. Publicou livros destinados ao ensino de graduação de linguística (particularmente linguística românica, semântica, e características do português brasileiro). Traduziu várias obras, entre as quais o Breviário de Estética de Benedetto Croce e o Dicionário de Linguística de Trask. Em 2007-2008 foi titular de Português no Instituto de Espanhol, Português e Estudos Latino-americanos da Universidade de Estocolmo. Em 2009-2013 foi editor da Revista da ABRALIN.
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Rodolfo Ilari
Os documentos do PHPB: velhas e novas receitas para ler e aprender com eles
Nos últimos quinze ou vinte anos, várias equipes de pesquisadores vêm se dedicando , à tarefa de resgatar do esquecimento e disponibilizar à pesquisa o que foi conservado dos escritos produzidos no Brasil desde o tempo da Brasil-colônia.
Meu primeiro contato com esses materiais (com uma amostra deles) ocorreu há cerca de dez anos, graças a uma iniciativa da colega Alessandra Castilho e de sua orientanda Sylara Silvério, e me estimulou a anotar sem método e sem compromisso tudo aquilo que me vinha à mente, a partir da leitura daqueles documentos. Mais recentemente, um convite do Professor Ataliba Castilho, que esperava de mim um capítulo de semântica diacrônica para o oitavo volume da série do PHPB, me fez voltar àquelas anotações e à constatação de que, ao ler textos antigos, percebemos as mudanças de sentido ocorridas na língua como “ruídos de leitura”.
A ideia de fazer de tudo aquilo que percebemos como um ruído de leitura uma pista para explorar mudanças da língua chega a ser simplória, mas não deixa de trazer alguns ensinamentos e criar algumas alternativas. Na minha fala, pretendo tratar de algumas dessas alternativas.
Penso também em falar um pouco do momento vivido pela semântica diacrônica, uma disciplina que está sendo recuperada do esquecimento depois de décadas, e para a qual também se abrem hoje várias alternativas.