Afranio Gonçalves Barbosa
A (re)construção da História do Português Brasileiro: a metonímia do pesquisador e da pesquisa com manuscritos
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Afranio Gonçalves Barbosa
Afranio Gonçalves Barbosa
Professor Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Bacharel e Licenciado em Português-Literaturas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1987). Mestre (1993) e Doutor (1999) em Letras (Letras Vernáculas – Língua Portuguesa) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – Orientação Dinah Callou – com Bolsa Sanduíche na Universidade de Lisboa, sob Supervisão do Professor Doutor Ivo Castro. Pós-Doutorado (2014) na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) – Supervisão José Carlos de Azeredo. Tem experiência na área de paleografia de leitura e análise de manuscritos oficiais e privados do século XVIII e realiza pesquisa em Linguística Histórica com ênfase em História Social da Escrita, na Linguística de Corpus Histórico-diacrônico e História do Português Brasileiro. Bolsista CNPq por seis anos (encerramento voluntário). Foi membro da Banca de Elaboração da Prova de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Redação do Vestibular UFRJ (2009-2011). Atua na formação de Licenciandos em Letras dedicando-se às questões: Pedagogia da Variação Linguística e Ensino Médio; História da Língua Portuguesa e Ensino Médio; Redução Didática do conteúdo gramatical acadêmico para o Ensino Fundamental e Médio.
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Afranio Gonçalves Barbosa
A (re)construção da História do Português Brasileiro: a metonímia do pesquisador e da pesquisa com manuscritos
Desde a última década do século XX, as pautas da pesquisa linguística em diferentes abordagens teórico-metodológicas voltaram-se sobremaneira às questões da mudança linguística. Mas como fazer história interna sem ampliar, quantitativa e qualitativamente, fontes escritas representativas de cada sincronia passada? E como, àquela altura, aplicar etiquetadores sintáticos, inserir inputs no pacote de programas VARBRUL ou simplesmente contar dados e construir tabelas e gráficos diacrônicos sem fontes sob edição confiável? Nesse contexto, muito especialmente nas diversas equipes do Projeto Para a História do Português Brasileiro (PHPB), tornou-se urgente confluir com saberes constituídos pelos colegas arquivistas e filólogos. Desde então, a Crítica Textual avançou não somente em número de projetos específicos, mas como área de formação para os pesquisadores de diferentes áreas da Linguística sob demanda de construir os próprios corpora de fontes para chegarem aos seus corpora de dados de seus objetos investigados. Nesta apresentação, pretende-se contextualizar um pouco do que significou, e ainda significa, imergir no universo dos arquivos e dos manuscritos para construir e reconstruir saberes sobre a formação do português no e do Brasil a partir do ponto de vista do indivíduo: da experiência com cada tipo de manuscrito e com cada contexto de arquivamento, até a questão geral de área associada. Numa relação metonímica da experiência e das angústias vividas por bolsistas de iniciação científica, mestrandos, doutorandos e coordenadores de projetos linguístico-históricos frente a frente com um manuscrito, buscamos demonstrar um pouco das questões de paleografia de leitura e análise sem as quais estaríamos contando uma outra história nos corpora linguísticos construídos nas últimas três décadas no Brasil.