Fernando Brissos
Digestão dialetométrica de atlas linguísticos do português: problemas, soluções e resultados atualizados
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Fernando Brissos
Fernando Brissos
Fernando Brissos é professor de linguística da Universidade de Lisboa, onde se doutorou em linguística, especialidade de linguística histórica, em 2011 com uma dissertação intitulada Linguagem do sueste da Beira no tempo e no espaço (editada pelo Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, 2012). Na mesma instituição, fez um pós-doutoramento em metodologias inovadoras aplicadas à dialetologia (fonética acústica dialetal e dialetometria, sobretudo) e foi professor convidado. Foi também docente de estudos portugueses da Universidade de Zurique e diretor da Cátedra Carlos de Oliveira do Instituto Camões (Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal). É membro de várias associações académicas e de investigação, entre as quais o Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, o Centro de Linguística da Universidade de Zurique (Linguistik Zentrum Zürich), o Grupo de Pesquisa em Dialetologia e Geolinguística da Universidade de São Paulo e o Grupo de Pesquisa Sociogeolinguística da Universidade Federal de Uberlândia. Os seus interesses de investigação incluem, para além da dialetologia, a história da língua portuguesa, a linguística românica, a crítica textual e a geopolítica do português. Tem lecionado cadeiras de graduação e pós-graduação e orientado dissertações de pós-graduação nestes domínios, e participa em vários projetos nacionais e internacionais de geolinguística, linguística histórica e crítica textual.
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Fernando Brissos
Digestão dialetométrica de atlas linguísticos do português: problemas, soluções e resultados atualizados
Os atlas linguísticos são o que poderíamos chamar de big data dialetais e, como no caso de qualquer corpus de grandes dimensões, são necessárias ferramentas quantitativas para os sistematizar, analisar e interpretar eficientemente. A dialetometria é a ferramenta dialetológica disponível para essa digestão; tendo sido criada no ambiente da geografia linguística europeia clássica, depara-se hoje, porém, com dois desafios cruciais e conexos: (i) a adaptação a novas metodologias de elaboração de atlas linguísticos, que (ii) se torna especialmente premente em face da grande quantidade de corpora dialetais que têm vindo a ser criados em anos recentes. A dialetologia do português, sobretudo devido ao caso brasileiro, é modelar nesses dois aspetos. Nesta comunicação daremos um panorama atualizado da aplicação dos métodos dialetométricos a atlas linguísticos portugueses e brasileiros, com discussão dos principais exemplos e, bem assim, das dificuldades colocadas e das respetivas soluções. Fá-lo-emos numa perspetiva resultadista, i.e. focando-nos no que as metodologias tidas em consideração nos permitem efetivamente compreender sobre as paisagens dialetais em língua portuguesa e que rendimento nos dão dos corpora que estão aí e têm de ser aproveitados.