O movimento #FicaEspanhol
E as políticas de ensino de línguas no Brasil
Participants
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Adrián Pablo Fanjul
Adrián Pablo Fanjul
Adrián Pablo Fanjul é professor livre-docente da Universidade de São Paulo, doutor em Linguística pela UNESP-Araraquara e bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq, nível 2. Desenvolve pesquisas em análise do discurso, sobre séries textuais em espanhol e português em diferentes práticas discursivas, com foco na cultura de massa e no discurso político, bem como estudos sobre o funcionamento da língua espanhola nos processos de referenciação e argumentação.
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Fernanda Castelano Rodrigues
Fernanda Castelano Rodrigues
Fernanda Castelano Rodrigues é professora do Departamento de Letras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desde 2008 e do Programa de Pós-Graduação Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-Americana da Universidade de São Paulo (USP) desde 2016. Mãe, feminista, defensora dos direitos humanos, doutora em Letras – Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-Americana pela USP (2010). Desenvolveu pesquisa em nível de pós-doutorado (2017-2018), junto ao Centro de Pesquisa Políticas, Enunciação, História, Materialidades, Sexualidades (POEHMAS) do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (IEL/UNICAMP). Coordena a Curadoria Linguística do projeto InformaSUS-UFSCar – Comunicação Social no Contexto da Pandemia de COVID-19. É pesquisadora líder do Grupo de Estudos em Políticas Linguísticas (GEPLi) e participa do Grupo de Pesquisa em Políticas Linguísticas Críticas. Desenvolve e orienta pesquisas em políticas linguísticas, direitos linguísticos, legislação linguística e educação linguística, com ênfase no espaço brasileiro e latino-americano.
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Monica Nariño Rodríguez
Monica Nariño Rodríguez
Monica Mariño Rodríguez é licenciada em Letras (1991) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mestrado em Letras (2007), e doutorado em Letras (2017) pela mesma universidade. Atualmente é professor adjunto da UFRGS. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Espanhola, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de Língua Espanhola, aquisição de L2, aquisição de LE, estudo do léxico e material didático. É coordenadora geral do Núcleo de Ensino de Línguas em Extensão (NELE) da UFRGS desde 2008 e coordena, desde 2012, o subprojeto PIBID/ESPANHOL- UFRGS. Participa, também, como vice-coordenadora do projeto para estudo do léxico e práticas de ensino-aprendizagem de línguas.
Mediator
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Xoán Carlos Lagares
Xoán Carlos Lagares
Graduado em Filologia Hispânica (Galego-Português) pela Universidade da Coruña (1994) e doutorado em Lingüística, Literatura no Âmbito Galego-Português pela mesma universidade (2000). Pós-doutorado realizado na Universidade Federal do Paraná (2019). Atualmente é professor associado da Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Política Linguística, Linguística Histórica e Linguística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: galego-português, história social e cultural das línguas e norma linguística.
Abstract →
O movimento #FicaEspanhol
E as políticas de ensino de línguas no Brasil
Esta mesa sobre o movimento #FicaEspanhol propõe debater sobre essa iniciativa de intervenção política, empreendida por estudantes de graduação e professoras/es da Educação Básica e Superior, para garantir a continuidade da oferta do ensino de língua espanhola em diversos Estados do Brasil.
Em 2016, uma Medida Provisória (MP) propôs a reforma do Ensino Médio e introduziu importantes modificações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996. Essa MP seria transformada na Lei 13.415 em 16 de fevereiro de 2017. Uma das mudanças propostas na MP e depois sancionada na Lei era a obrigatoriedade da oferta do inglês como única língua estrangeira, o que resultou na eliminação da possibilidade de oferecer diversas línguas estrangeiras no Ensino Médio, de acordo com a escolha da comunidade escolar. Em consequência, essa MP provocava a revogação da Lei 11.161/2005, que tornava obrigatória a oferta do espanhol nessa fase da Educação Básica, com matrícula facultativa pelos estudantes. Diante dessa situação, se inicia uma mobilização de professoras/es dessa disciplina, por meio de suas associações, procurando garantir a presença do ensino dessa língua que, inclusive, tinha sido objeto de desiguais políticas públicas de implantação no Ensino Médio por parte dos Estados nos anos anteriores. A ação política se desenvolveu em duas direções complementares: por um lado, orientada à sociedade civil, mobilizando forças sociais, buscando a adesão de figuras e de entidades públicas e agindo nas redes sociais com a hashtag #FicaEspanhol; e, por outro lado, em relação às instituições políticas e seus órgãos de representação, por meio de propostas de Projetos de Lei em Estados e Municípios ou de Emenda às Constituições dos Estados. Nesta mesa serão discutidas tanto as ações e avanços do movimento #FicaEspanhol quanto as condições político-linguísticas em que ele se desenvolve, levando em conta o cenário político brasileiro e sul-americano dos últimos anos.