A performatividade da linguagem
dois olhares
Participantes
-
Luisandro Mendes de Souza
Luisandro Mendes de Souza
Licenciado em Letras Português e Inglês pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória (PR). Mestre e doutor em Teoria e Análise Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina. Trabalhou entre 2012 e 2019 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e desde 2019 atua na Universidade Federal do Paraná. É autor de ‘Como uma língua funciona’ (Abralin e Mercado de Letras, 2021) e ‘Para conhecer pragmática’ (Contexto, 2022). -
Joana Plaza Pinto
Moderador(a)
-
Sheila Elias de Oliveira
Sheila Elias de Oliveira
Professora da área de Semântica e Pragmática no Departamento de Linguística do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) desde 2010. Desenvolve pesquisa em Semântica da Enunciação, História das Ideias Linguísticas, Estudos lexicais e Análise do Discurso. Coordena o Grupo de Pesquisa LED – Linguagem, Enunciação, Discurso, cadastrado no CNPq. É membro do Centro de Pesquisa PoEHMaS – Política, Enunciação, História, Materialidades, Sexualidade. Iniciou sua formação profissional com a Licenciatura em Letras – Inglês realizada na Universidade Federal de Santa Catarina (1992-1995). Concluiu Mestrado em 1998 e Doutorado em 2004, ambos no Curso de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Estadual de Campinas. Em 2001, realizou estudos em programa de doutorado-sanduíche na École Normale Supérieure/Lettres et Sciences Humaines de Lyon. Em 2008, realizou pesquisa de pós-doutorado na mesma instituição francesa. Entre 2002 e 2010, foi professora de Linguística do Departamento de Letras da Universidade Estadual do Centro-Oeste, no Paraná.
Resumo →
A performatividade da linguagem
dois olhares
Esta mesa propõe uma reflexão contemporânea sobre um dos temas da Pragmática mais retomados em Linguística, Filosofia e Ciências Humanas: a performatividade da linguagem. Em conferências ministradas em Harvard em 1955, o filósofo da linguagem inglês John Austin afirma que dizer é sempre fazer. Segundo sua Teoria dos Atos de Fala, tomar a palavra é um ato performativo sustentado e, ao mesmo tempo, produtor de efeitos, nas relações sociais. Austin reflete sobre as “condições de felicidade” para um ato de fala – há uma divisão social (que, para ele, é sempre convencional) entre quem pode e quem não pode realizar determinadas ações em determinadas circunstâncias. Ele também mostra que as ações podem ser realizadas sem sinceridade – pode haver o que chama de “abuso de fórmula”, um tipo de infelicidade que, no entanto, não anula a ação; ela produz seus efeitos. As “fórmulas” para a realização das ações se materializam nas línguas, já que tomar a palavra – na oralidade ou na escrita – é estar em uma língua. O olhar sobre a linguagem como ação nos coloca diferentes questões sobre a significação. Nesta mesa, Luisandro Mendes de Souza indica que nem sempre os atos são éticos, ainda que por vezes possam ser necessários. Em “’Vá ver se eu estou lá na esquina’: atos de fala diretivos como xingamentos”, ele propõe pensar sobre alguns modos de xingamento e seus efeitos – ou não – de agressividade. Joana Plaza Pinto, por sua vez, nos provoca com a pergunta: “Quem precisa da performatividade?”, que a conduzirá por modos de análise da significação na linguagem. Convidamos vocês a estarem conosco nesta reflexão, que atualiza olhares sobre a performatividade.