Fonologia, Aquisição e Inclusão: o que dizem os dados do Núcleo Saber Down
Conferencista
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Marian Oliveira
Marian Oliveira
Possui Doutorado em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP (2011), área de concentração Fonética e Fonologia, com pesquisa que relaciona síndrome de Down e produção vocálica. É Mestre em Letras e Lingüística pela Universidade Federal da Bahia (2005), área de concentração Sociolinguística. Fez graduação em Letras com Português e Inglês e respectivas Literaturas, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB (2001). Atualmente é professora Adjunto da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, docente do Programa de Pós-graduação em Linguística PPGLin (CAPES-UESB) e do ProfLetras-UESB. Coordena projetos de pesquisa sobre o sistema fonético-fonológico de pessoas com síndrome de Down. Também atua na coordenação do Projeto de Extensão Saber Down Núcleo de Pesquisas e Estudos em em Síndrome de Down. Neste projeto visa-se trabalhar eventuais problemas de fala, leitura, escrita e de abstração matemática apresentados por pessoas com síndrome de Down. A professora tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Teoria e Análise Lingüística, atuando principalmente nos seguintes temas: síndrome de Down, acústica, vogais, variação e concordância. Atualmente é líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em Síndrome de Down-Saber Down (CNPq-UESB) e membro do Grupo de Pesquisa em Estudos da Língua(gem) -GPEL (CNPq-UESB), PROBRAVO (CNPq). O Grupo de Pesquisa Saber Down (CNPq-UESB) abrigará pesquisas em aquisição de linguagem e da escrita e pesquisas para descrição do sistema fonológico de pessoas com síndrome de Down.
Moderador(a)
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Natália Cristine Prado
Natália Cristine Prado
É doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP/Araraquara (2014), com período sanduíche na Universidade de Lisboa. Também realizou seu pós-doutorado em Linguística pela UNESP/Araraquara (2017). Atualmente, é Professora Adjunta III do Departamento Acadêmico de Letras Vernáculas da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR/Porto Velho) e credenciada no Mestrado Acadêmico em Letras da mesma instituição. É líder do “Núcleo de Estudos em Fonologia – NEFONO” (DGP/CNPq/UNIR/Porto Velho) e membro dos Grupos “Fonologia do Português: Arcaico e Brasileiro” (UNESP/Araraquara), “GRUPA – Grupo de Estudos de Alfabetização” (UNESP/Araraquara) e do Laboratório de Pesquisa em Línguas e Culturas Indígenas – LALIC (UNIR/Ji-Paraná). Também é membro voluntário da Comissão de Fonologia da ABRALIN. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: estudos teóricos e aplicados nas áreas de fonética e fonologia – sobretudo, fonética e fonologia aplicadas ao processo de formação de professores, ensino de línguas maternas e estrangeiras; linguística de corpus; léxico; morfologia; ortografia; oralidade; escrita e sociolinguística. Atualmente, desenvolve o projeto de pesquisa “Aspectos da escrita de estudantes de Porto Velho” com apoio de bolsistas PIBIC/CNPq. Também está se dedicando à formação de um banco de dados linguísticos das regiões Norte e Nordeste no âmbito do projeto “AMOSTRAS LINGUÍSTICAS DO NORTE E DO NORDESTE (ALINN): GERAÇÃO DE DADOS DE FALA E ESCRITA” em parceria com a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e com apoio de bolsistas PIBITI.
Resumo →
Fonologia, Aquisição e Inclusão: o que dizem os dados do Núcleo Saber Down
Ao longo de seus quase 15 anos, o Núcleo de Pesquisas e Estudos em Síndrome de Down –Center for research and Studies on Down Syndrome / Center de Recherché et d’Etudes sur la Trisomie 21 – Saber Down – tem acumulado amplo conhecimento de aspectos relacionados ao desenvolvimento de fala e aprendizado da leitura e da escrita por pessoas com a Trissomia do Cromossomo 21 (T21). A T21, comumente conhecida como síndrome de Down (sD), é caracterizada pela presença de um cromossomo extra no par 21 e pessoas com tal condição genética podem enfrentar alguns desafios na aquisição e produção da fala, bem como no aprendizado da leitura e da escrita. A tese de Oliveira (2011) inaugurou uma série de pesquisas as quais têm lançado luz sobre o desenvolvimento de aspectos fonéticos-fonológicos dessa população. O objetivo desta palestra é trazer um pouco da trajetória do Núcleo e, a partir daí, com base em dados fonético-fonológicos, mostrar os limites e os alcances de fazer inclusão de alunos com deficiência intelectual, considerando o paradigma médico sobre a T21 e o que o acompanhamento de pessoas com T21, ao longo dos anos, tem nos ensinado sobre o seu potencial, este muitas vezes ofuscado pelo desconhecimento e preconceito geral. Defendemos que para fazer inclusão, o primeiro passo é entender como se dá o processo de desenvolvimento e produção da fala desses sujeitos e identificar qual(is) sua(s) repercussão(ões) no aprendizado da leitura e da escrita. O acúmulo de dados coletados em meio à convivência semanal com crianças, jovens e adultos com T21, no âmbito das atividades voltadas para a estimulação global dos nossos participantes (estimulação linguística e cognitiva, ensino de leitura, escrita e de língua estrangeira), desenvolvidas pelo Saber Down, tem nos ensinado que o desenvolvimento e dificuldades relacionadas aos aspectos linguísticos e educacionais dessa população não são tão diferentes do que se vê na população geral e, no que tange às questões relacionadas ao desenvolvimento fonológico, temos evidências robustas dessa similaridade entre pessoas com e sem T21. Nossa discussão focará em aspectos do desenvolvimento e produção das vogais produzidas pelo grupo com T21.