Gabriel Nascimento dos Santos
A branquitude não marcada da Linguística brasileira
Conferencista
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Gabriel Nascimento dos Santos
Gabriel Nascimento dos Santos
Gabriel Nascimento é professor da Universidade Federal do Sul da Bahia. Doutor em Linguística pela Universidade de São Paulo, foi Visiting Scholar na Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos. É autor dos livros “Racismo linguístico: os subterrâneos da linguagem e do racismo” (Letramento editorial), “Este fingimento e outros poemas” (García) e “O maniaco das onze e meia” (Multifoco), além de duas dezenas de artigos em periódicos especializados.
Moderador(a)
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Marco Antonio Lima do Bonfim
Marco Antonio Lima do Bonfim
Professor adjunto no Centro de Artes e Comunicação (CAC) da Universidade Federal de Pernambuco no Departamento de Letras (DL -UFPE), atuando nas áreas de Língua Portuguesa e Estudos do Discurso. Membro da Coordenação do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB -UFPE). Realizou estágio pós-doutoral (2021) em Educação das Relações Étnico-Raciais pelo Programa Nacional de Pós-Doutorado da CAPES na Universidade Estadual do Ceará (PNPD-CAPES/ UECE). Doutor (2016) e mestre (2011) em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual do Ceará. Licenciado em Letras (2008) pela mesma instituição. Professor visitante do Certificado en Estudios Afro-Latino-Americanos do Instituto de Pesquisas Afro-Latino-Americanos – ALARI – da Harvard University (EUA), ministrando o Seminário Especializado virtual ?O Brasil contemporâneo sob a ótica de pensadores (as) negros(as): o que temos a dizer sobre democracia, fascismo e racismo?. Professor Colaborador do Mestrado Acadêmico Interdisciplinar em História e Letras (MIHL – UECE), campus Quixadá. Coordenador do Grupo de Estudos Discurso, Identidades, Raça e Gênero (GEDIRG). É membro associado da ABPN – Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as. É sócio da ABRALIN ? Associação Brasileira de Linguística. Na ABRALIN atua na Coordenação da Comissão de Diversidade, Inclusão e Igualdade – CDII. Tem experiência de pesquisa e ensino em Linguística Aplicada com ênfase em Análise de Discurso Crítica e Semântica/ Pragmática. Seus temas de interesse são: ato de fala, performatividade, identidades e trajetórias textuais na sua relação com corpo, raça, gênero e movimentos sociais; estudo das relações entre discurso, racismo antinegro e decolonialidade nos Estudos Críticos do Discurso. Tem se dedicado mais recentemente ao tema do Letramento Racial Crítico.
Resumo →
Gabriel Nascimento dos Santos
A branquitude não marcada da Linguística brasileira
A ideologia racista ligada a um nacionalismo brasileiro, que nega a existência do racismo no país e da contribuição dos povos africanos na insurgência e existência de uma institucionalidade nacional, é inerentemente anti-negra. Por exemplo, em 2020, o Governo Federal revogou programas de ações afirmativas para a pós-graduação em universidades, entendendo negros como sujeitos sem direitos. Essas ideologias anti-negros também influenciam a linguística brasileira. No século XX, um dos representantes de destaque dessa iniciativa é o Projeto da Norma Urbana Linguística Culta (Projeto NURC), que escolheu o falante urbano, em sua maioria brancos, como a norma para todos os falantes, importando uma visão de adequação linguística a partir de uma visão do branco e urbano como falante-ouvinte ideal. Da mesma forma, uma série de palestras diárias online organizadas pela ABRALIN, a associação profissional nacional de linguística no país, a partir de maio de 2020, se manteve sem palestrantes negros brasileiros durante o primeiro mês e meio da programação. Neste trabalho, buscamos provocar discussões no sentido de repensar o papel da branquitude na linguística brasileira, a partir da ideia do negro-tema e negro- vida, no sentido de fortalecer a ABRALIN e a própria linguística brasileira rumo a novos rumos menos anti-negros.