A realidade dialetal do Português Brasileiro é alvo de interesse e observação de linguistas, filólogos e gramáticos desde o século XIX, quando surgiram os primeiros comentários acerca das peculiaridades da língua em face do Português Europeu (CARDOSO, 2010). A aplicação do método geolinguístico, porém, postergou-se para a segunda metade do século XX. O decreto 30.643, de 1952, pode ser considerado um marco nesse sentido, uma vez que definia como objetivo da Comissão de Filologia da Casa de Rui Barbosa a elaboração de um atlas linguístico nacional, referente à língua portuguesa. Contudo, em função de limitações técnicas, financeiras, dentre outras, a Geolinguística no Brasil floresceu a partir da feitura de atlas estaduais e regionais. O projeto de elaboração de um Atlas Linguístico do Brasil foi restabelecido no ano de 1996, a partir do Seminário Caminhos e Perspectivas para a Geolinguística no Brasil, realizado na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Naquele momento, lançaram-se as bases do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), mediante a constituição de um Comitê Nacional, agregando autores e pesquisadores de diferentes atlas regionais. O levantamento de dados, empreendido em 250 localidades, distribuídas de Norte a Sul do Brasil, onde se ouviram 1.100 informantes, foi realizado pelas Equipes Regionais entre os anos de 2001 e 2013. Hoje, o ALiB encontra-se com dois volumes publicados (CARDOSO et al, 2014). Nesta conferência, que celebra os 25 anos do Projeto ALiB, a Prof.ª Dr.ª Jacyra Andrade Mota (UFBA/ CNPq) realizará um balanço das ações desenvolvidas ao longo dessa trajetória, bem como traçará um panorama do status atual, no que diz respeito à análise dos dados, elaboração de novos volumes, desenvolvimento do banco de dados ALiB Web, dentre outros.