Maria do Pilar P. Barbosa
Parâmetros do Sujeito Nulo em Variedades do Português
Conferencista
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Maria do Pilar Pereira Barbosa
Maria do Pilar Pereira Barbosa
Maria do Pilar Pereira Barbosa é Professora Associada do Departamento de Estudos Portugueses e Lusófonos e integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui um mestrado em Linguística Teórica pela Universidade de Massachusetts em Amherst e obteve o PhD em 1995, no Departamento de Linguística e Filosofia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). É diretora do curso de mestrado em Ciências da Linguagem da Universidade do Minho e coordenadora do Grupo de Investigação em Linguística Teórica e Experimental do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho.
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Maria do Pilar P. Barbosa
Parâmetros do Sujeito Nulo em Variedades do Português
Esta comunicação examina as propriedades das Línguas de Sujeito Nulo (LSN) parcial, nas quais se inclui o português do Brasil, quando comparadas com as LSN consistente, como o português europeu, e com as línguas de pro-drop discursivo, como o chinês. Proponho que o mesmo mecanismo base é responsável pela omissão de argumentos nas LSN parcial e nas línguas de pro-drop discursivo, nomeadamente a anáfora do NP nulo (cf. Tomioka, 2003). Em ambos os conjuntos de línguas, há uma correlação entre pro-drop e a possibilidade de ocorrência de nomes simples em posição argumental. Sugiro que o elemento nulo é um nome minimamente especificado, o mesmo item que se assume que integra a composição dos pronomes, como complemento de D (Postal, 1966; Elbourne, 2005). Trata-se de uma proforma que consiste minimamente no núcleo categorial n, sem um radical, cujo significado é ‘entidade’ (uma propriedade que se aplica de forma trivial a qualquer indivíduo do domínio). n introduz uma variável que, se permanece no interior de vP, pode estar ligada por Existential Closure. Daqui resulta a interpretação impessoal (ou genérica, se o operador existencial recai sob o escopo de um operador Genérico). Em contextos apropriados, nomeadamente sempre que nP ocupa a posição de tópico e/ou se combina com um D nulo, dá-se a mudança de tipo de propriedade <e,t> para entidade individual <e>. Neste caso, uma vez que não possui traços-φ, esta categoria nominal comporta-se como uma anáfora sujeito, o que explica as restrições de localidade a que está sujeita. De facto, o sujeito nulo anafórico das LSN parcial tem um comportamento idêntico ao das anáfora reflexivas em posição de sujeito das línguas asiáticas. A ideia de que pro se reduz a um nP mínimo pode abranger também as LSN consistente desde que se assuma que, neste tipo de lìngua, o núcleo que suporta a morfologia de concordância possui um traço D e traços-φ interpretáveis.