As ciências e o ensino superior (CES) constituem um campo que nos permite observar com particular clareza um fenômeno notável da globalização: a expansão do inglês como única língua hiper-central e totalmente globalizada que está deslocando as outras línguas de grande extensão histórica como o francês, espanhol ou português de seus espaços internacionais e que penetra cada vez mais nos territórios nacionais. Estes processos correspondem às mutações no regime de controle global e à crescente imposição de um sistema de gestão nos CES que estabelecem múltiplos procedimentos de controle materializados por conjuntos de avaliações.⠀ Analiso os sistemas de ranking, seus efeitos sobre o crescente monopólio dos modelos de pesquisa anglo-saxônicos, assim como suas falácias. Concluo com uma reflexão sobre o momento atual da pandemia virológica que desvela a enorme fragilidade dos processos de homogeneização econômica (cadeias produtivas transnacionais) e cultural, bem como as perspectivas de novas expressões de controle político digital. Discutiremos se as novas condições das relações sociais reforçarão as tendências monopolistas e autoritárias ou, pelo contrário, abrirão novos espaços para a pluralidade de abordagens, a descentralização produtiva e as perspectivas de modelos plurilíngües e alternativos para a organização dos CES.