Severina Sílvia Maria Oliveira Ferreira
Aquisição da linguagem e constituição do sujeito: aproximações e distanciamentos sob a ótica do "manhês"
Conferencista
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Severina Sílvia Maria Oliveira Ferreira
Severina Sílvia Maria Oliveira Ferreira
Psicanalista. Bacharelado, Licenciatura e Formação em Psicologia, doutora em Linguística e pós-doutorado em Ciências da Linguagem.
Membro de Intersecção Psicanalítica do Brasil – IPB, cofundadora do NINAR – Núcleo de Estudos Psicanalíticos, membro da coordenação do Preaut Brasil – Clínica e Pesquisa em Interação e Comunicação na Infância (Eixo Recife-PE), membro da ABEBÊ – Associação Brasileira de Estudos sobre o Bebê, membro da ABRALIN – Associação Brasileira de Linguística, membro da Associación de Linguística y Filologia de America Latina – ALFAL, membro do MPASP – Movimento Psicanálise, Autismo e Saúde Pública e membro da CIPPA – Coordination Internationale de Psychothérapeutes Psychanalistes et membres associés, s’occupant de Personnes Autistes.
Professora das disciplinas “Psicanálise e Linguagem” e “Teoria e Clínica com Bebês” nos Cursos de Pós-Graduação Intervenções Clínicas na Abordagem Psicanalítica e Psicanálise e Clínica com Bebês (Faculdade Frassinetti do Recife – FAFIRE).
Coordenadora de grupos de trabalho e de estudo com foco na temática interação pais-bebês, comunicação mãe-bebê, fala “manhês”, prosódia, linguagem e autismo.
Coorganizadora do livro As interfaces da clínica com bebês (Bagaço), organizadora do livro O autismo e a questão da detecção precoce (Liceu) e autora de vários artigos publicados em periódicos e coletâneas.
Resumo →
Severina Sílvia Maria Oliveira Ferreira
Aquisição da linguagem e constituição do sujeito: aproximações e distanciamentos sob a ótica do "manhês"
O sujeito é estruturado pela linguagem. Com esta formulação, J. Lacan (1998) apresenta a linguagem como elemento constituinte da subjetividade. No discurso psicanalítico, a linguagem tem muito mais a função de “adquirir” a criança, quer ela queira ou não, do que a criança “adquirir” a linguagem. A linguagem preexiste ao nascimento da criança, e, ao atravessá-la, a constitui como sujeito, na medida em que a torna obediente às suas leis de funcionamento. Portanto, não se trata de uma aprendizagem ou de uma aquisição. O “manhês”, registro de fala cujo estudo foi iniciado no campo da Linguística e posteriormente capturou o interesse da Psicanálise, será apresentado na conferência como a ponte que aproxima e, ao mesmo tempo, distancia os dois discursos (psicanalítico e linguísti-co), em suas considerações e posições acerca do que é a linguagem. Por meio da abordagem do “manhês”, será possível verificar que o “sujeito neonatal” é mais falado do que fala e que a propriedade da fala é fazer ouvir o que ela não diz. Nesta perspectiva, o que se busca na fala “manhês” é a resposta do outro, pelo que a função da linguagem se torna mais invocação do que informação.