Sociolinguística Histórica no Brasil
Caminhos e desafios
Participantes
-
Rosane de Andrade Berlinck
Rosane de Andrade Berlinck
Rosane de Andrade Berlinck é doutora em Lingüística, pela Katholieke Universiteit Leuven – Bélgica (1995). Entre 2014 e 2015 desenvolveu estágio de pós-doutoramento no Sociolinguistics Laboratory, da University of Ottawa, Canadá. Atualmente é professor assistente doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Tem experiência na área de Lingüística, com ênfase em Sociolinguística e Lingüística Histórica, atuando principalmente em pesquisa associada aos seguintes temas: português brasileiro; morfologia verbal; morfossintaxe (concordância), sintaxe (ordem, predicação, complementação), variação e mudança linguísticas; correlações entre gênero textual, estilo, norma(s) e variação/mudança linguística. Coordena o SoLAr – Núcleo de Pesquisas em Sociolinguística de Araraquara (CNPq).
-
Célia Regina dos Santos Lopes
Célia Regina dos Santos Lopes
Célia Regina dos Santos Lopes é Professora Titular de Língua Portuguesa na Faculdade de Letras da UFRJ onde atua desde 1994. Doutorou-se em 1999, e atuou como Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Letras Vernáculas de 2005-2007 na mesma universidade. Tem experiência na área de Linguística Histórica e Sociolinguística, atuando principalmente nos seguintes temas: história do português, gramaticalização, sistema pronominal do português, pronomes pessoais e mudança linguística. Participa do Projeto Integrado Para uma História do Português Brasileiro desde 1999.
-
Huda da Silva Santiago
Huda da Silva Santiago
Huda da Silva Santiago é doutora em Língua e Cultura pelo Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC), da Universidade Federal da Bahia – UFBA (2019). É integrante da equipe do Projeto Corpus Eletrônico de Documentos Históricos do Sertão (CE-DOHS), da UEFS; do Programa para a História da Língua Portuguesa (PROHPOR), e do programa História da Cultura Escrita no Brasil (HISCULTE), da UFBA. Integra a equipe baiana do Projeto para a História do Português Brasileiro (PHPB-BA). É Professora Assistente da UEFS. Atua como professora permanente no programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (PPGEL/UEFS), na linha Variação e mudança linguística no português. Tem experiência na área de Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: constituição de corpus, sócio-história do português brasileiro, português popular brasileiro, variação linguística, história da cultura escrita.
Resumo →
Sociolinguística Histórica no Brasil
Caminhos e desafios
A reconstrução da história de uma língua exige procedimentos teórico-metodológicos próprios para além da aplicação pura e simples de perspectivas teóricas da Linguística Sincrônica. As análises no âmbito da Sociolinguística Histórica (SH) (HERNÁNDEZ-CAMPOY, 2012), p. ex., enfrentam o desafio de se basearem em fontes documentais do passado constituídas por textos escritos esparsos que, além de terem sobrevivido ao mero acaso, são pouco representativos das comunidades pretéritas (CONDE SILVESTRE, 2007:35). Os materiais escritos fornecem dados parciais, de grupos alfabetizados da comunidade que, a depender da época, podem ter sido produzidos prioritariamente por homens de status médio ou alto e estar restritos a certos estilos e registros. Neste cenário, destaca-se a relevância do conceito de Tradição Discursiva para os trabalhos de Sociolinguística Histórica. Sua contribuição leva à interpretação de fenômenos tipicamente “textuais” que poderiam mascarar qualquer descrição diacrônica. Certos usos linguísticos podem estar fortemente correlacionados ao gênero textual/discursivo, inclusive por existirem fórmulas fixas, estruturas relativamente estáveis e/ou propriedades convencionalizadas que influenciam na descrição dos fenômenos observados (KOCH, 1997; KOCH & OESTERREICHER, 1990; KABATEK, 2006; BIBER & CONRAD, 2009, entre outros). Assim, pretende-se discutir os caminhos e descaminhos que a SH enfrenta no Brasil, com base em seus dilemas vinculados ao material de análise (textos escritos). A questão central da mesa está em como a natureza do corpus utilizado em estudos linguísticos de sincronias pretéritas pode influenciar nos resultados obtidos para a reconstrução histórica de uma língua. Propomos ainda discutir a relevância das Tradições Discursivas e das teorias de Gênero Textual/Discursivo para os estudos de mudança linguística, mostrando alguns resultados empíricos obtidos nos últimos anos no Brasil.