William Hanks
What is a deictic field?
Conferencista
-
William Hanks
William Hanks
William F. Hanks é professor da Universidade da Califórnia, Berkeley. Desenvolve pesquisas sobre Antropologia e tem Doutorado conjunto em Linguística e Antropologia, pela Universidade de Chicago. Estuda a história e etnografia de Yucatán, México, e língua e cultura Yucatec Maya, incluindo o início da Espanha moderna e o espanhol como um passo necessário para entender a formação colonial de Yucatán e da Nova Espanha. Pesquisa sobre a organização e a dinâmica do uso rotineiro da linguagem (semântica, pragmática, sociolinguística interacional e os fundamentos sociais das práticas de fala). Analisou práticas rituais, xamanismos comparativos e as relações entre religião e saúde na zona rural do México. Seu trabalho mais recente diz respeito à história colonial de Yucatán e da Nova Espanha, com ênfase especial na missionização e no surgimento de gêneros discursivos coloniais.
Moderadores
-
Daniel do Nascimento e Silva
Daniel do Nascimento e Silva
Daniel do Nascimento e Silva é licenciado (2002) em Letras pela Universidade Estadual do Ceará, mestre (2005) e doutor (2010) em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (2005). Realizou estágio de doutorado sanduíche (2007-2008) e pós-doutorado (2015-2016) no núcleo de Antropologia Linguística do Departamento de Antropologia da University of California at Berkeley. Leciona Pragmática, Linguística Aplicada, Sociolinguística e Produção Textual Acadêmica na UFSC. Foi editor associado da revista Pragmatics (da International Association of Pragmatics – IPrA, 2017-2021) e, atualmente, é coeditor de Trabalhos em Linguística Aplicada (da UNICAMP) e colaborador editorial de DELTA (PUC-SP). Além disso, tem publicado livros e artigos em editoras (7 Letras, John Benjamins, Cortez) e revistas (DELTA, Pragmatics & Society etc.) avaliadas por pares, bem como avalia artigos submetidos a periódicos das áreas de Linguística e Antropologia (Pragmatics & Cognition, Journal of Linguistic Anthropology, American Anthropologist, Pragmatics & Society, Discourse, Context & Media, DELTA, Linguagem em (Dis)curso, Signótica, Revista da Anpoll etc.). Desenvolve estudos sobre: letramentos (de sobrevivência e acadêmicos); a relação entre significação e violência; esperança; regimes e mercantilização da linguagem. Realiza, desde 2012, etnografia no Complexo de Favelas do Alemão. Tem experiência com formação de professores e investiga as relações entre educação e desenvolvimento social e humano.
-
Anna Christina Bentes
Anna Christina Bentes
Anna Christina Bentes possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Pará (1986), mestrado em Lingüística pela Universidade Federal de Santa Catarina (1992), doutorado em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas (2000). Fez pós-doutorado no Departamento de Antropologia da Universidade da California, Berkeley (2006). Foi visiting scholar na Universidade do Colorado, Boulder (2020). É professora do Departamento de Linguística da Universidade Estadual de Campinas. Atua nas áreas de Sociolinguística, Linguística do Texto e do Discurso e Linguística Aplicada. Foi coordenadora do Grupo de Trabalho “Linguística Textual e Análise da Conversação” da ANPOLL nos Biênios 2008-2010 e 2010-2012. É membro do Comitê Gestor e Editorial da Cortez Editora. Coordena o Centro de Pesquisa “Margens”, do Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP e também é coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu, da Unicamp. Seus estudos concebem a abordagem da língua(gem) a partir de uma teoria da prática social, focando precisamente nas relações entre a ação verbal, o sistema linguístico e outros sistemas semióticos, e as idéias que os falantes possuem sobre a língua e sobre o mundo social do qual fazem parte.
Resumo →
William Hanks
What is a deictic field?
Este artigo esboça uma abordagem para o trabalho de campo sobre a semântica e a pragmática da dêixis. As expressões dêiticas, como as expressões em inglês ‘this, that, here, there’ (‘este, aquele, aqui, lá’), são tipicamente usadas para individualizar objetos referenciais em relação à base indicial do contexto de fala. Fundamentado em pesquisas de longo prazo sobre a língua maia iucateque, este artigo argumenta que a base da dêixis não é a contiguidade espacial do referente, mas o acesso (perceptivo, cognitivo, social) que os participantes têm ao referente. Para determinar corretamente os significados convencionais dos dêiticos em qualquer língua, o trabalho de campo deve se centrar: nas oposições paradigmáticas entre as expressões dêiticas, em comentários metalinguísticos dos dêiticos pelos falantes nativos e no uso comum em uma variedade de circunstâncias socialmente estruturadas. Argumenta-se que, como em outros tipos de pesquisa etnográfica, a elicitação deve ser realizada na língua alvo, a fim de se ter acesso aos esquemas contextuais através dos quais os falantes apreendem o contexto. Corretamente analisada, a dêixis referencial revela-se altamente sistemática, fácil de seguir no trabalho de campo e central para a pragmática.