África e Brasil
Contatos Linguísticos
Participantes
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Ana Lívia Agostinho
Ana Lívia Agostinho
Ana Lívia Agostinho é professora de Linguística do Departamento de Língua e Literatura Vernáculas da Universidade Federal de Santa Catarina e do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFSC na área Teoria e Análise Linguística – Linhas de Pesquisa: Fonética e Fonologia das Línguas Naturais e Contato Variação e Mudança. Doutora em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (2014), é Secretária-Geral da Associação Brasileira de Estudos do Contato Linguístico (ABECS), coordenadora do Grupo de Estudos de Línguas em Contato – UFSC (GELIC-UFSC), co-editora da Revista Papia e membro da The Society for Pidgin and Creole Linguistics (SPCL), do Laboratório de Fonética Aplicada da UFSC (FONAPLI) e do Projeto Varsul-UFSC. Atua principalmente nos seguintes temas: fonologia, línguas crioulas, contato linguístico, descrição linguística, metodologia de trabalho de campo, fonologia do português brasileiro, planejamento e política linguística em São Tomé e Príncipe.
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Dante Lucchesi
Dante Lucchesi
Dante Lucchesi é Professor Titular de Língua Portuguesa da Universidade Federal Fluminense, bolsista de produtividade em Pesquisa, nível 1B, do CNPq, tendo sido membro titular do Comitê Assessor de Letras e Linguística desse órgão, de outubro de 2016 a julho de 2019. Doutorou-se em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 2000. Coordena o Projeto Vertentes do Português do Estado da Bahia, em sua 4ª Fase: A norma culta e a polarização sociolinguística na cidade de Salvador – Bahia. Coordena também o Projeto de Estudo da Norma Culta Escrita – PENCE. Recebeu o Prêmio Jabuti (2º Lugar), no ano de 2016, na Categoria Teoria/Crítica Literária, Dicionários e Gramáticas, por seu livro Língua e Sociedade Partidas. Atua nas seguintes áreas de pesquisa: análise sociolinguística, história da linguística, contato entre línguas e história da língua portuguesa.
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Alexander Yao Cobbinah
Alexander Yao Cobbinah
Alexander Yao Cobbinah possui Mestrado em Linguística pela Universität zu Köln (2008) e Doutorado em Field Linguistics pela SOAS/University of London (2013). No Doutorado e Pós-Doutorado trabalhou sobre a documentação e descrição do Baïnounk Gubëeher, falado na região senegalesa de Casamansa, assim como sobre questões de multilinguismo na mesma região. Atualmente é professor da Universidade de São Paulo na linha de pesquisa de Linguística Africana.
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Luana Lamberti Nunes
Luana Lamberti Nunes
Luana Lamberti Nunes é mestre em Hispanic Linguistics pela Ohio State University. Seus interesses de pesquisa são nas áreas dos estudos crioulos, sociolinguística, antropologia linguística, pragmática, variação e morfologia. Atualmente, trabalha em seu projeto de tese de doutorado (Ohio State University), que investiga as semelhanças linguísticas e sócio-históricas entre o português afro-brasileiro e o espanhol afro-cubano.
Resumo →
África e Brasil
Contatos Linguísticos
Os estudos crioulos no Brasil constituem um tópico recente e que foi ignorado na literatura da linguística brasileira pela maior parte da sua história (Guy 2005). Teorias que investigam as origens do português brasileiro, considerando a influência das línguas africanas como sua parte constitutiva são escassas ainda hoje. O trabalho de Scherre e Naro (2007), por exemplo, propõe a “hipótese da deriva”, na qual os autores desconsideram qualquer tipo de influência africana na formação do português brasileiro, ao afirmar que essa variedade seria uma continuação natural do português europeu.
Esta posição não é popular nos estudos crioulos atuais no Brasil, e além disso, autores no campo formularam algumas ideias para entender o porquê de este tipo de hipótese existir no nosso país, e também para entender as razões da negligência do tema em geral. Neves (2019) ao discutir esta questão fala da “lacuna da observação” proposta por Baxter em 2016, na qual este autor diz que as orientações sociopolíticas ou culturais dos estudiosos na área e a falta de interesse ou conhecimento no campo que teriam levado a esta lacuna de estudos sobre a influência das línguas africanas no português brasileiro. Além disso, estudos sobre os crioulos de base portuguesa e línguas africanas também não são comuns no Brasil, de uma maneira geral.
Por fim, tomando-se em conta os fatos referidos, esta mesa propõe convidar especialistas que constituem exceções na linguística brasileira, para discutir questões relacionadas: a formação do português brasileiro a partir de um viés africanista, ao status mais atual do português afro-brasileiro falado em uma comunidade quilombola, e também sobre uma série contatos linguísticos entre línguas africanas e o português na África. Esta mesa tem intuito de avançar os estudos crioulos no Brasil e trazer esta discussão para o evento Abralin Ao Vivo, que também pouco explorou estas questões em suas últimas mesas-redondas.