Bruna Franchetto
Artes ameríndias da palavra
Conferencista
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Bruna Franchetto
Bruna Franchetto
Bruna Franchetto é Professora Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, docente do corpo permanente dos Programas de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional e de Linguística. Desde 2009 coordena o Programa de Documentação de Línguas Indígenas-PRODOCLIN, iniciativa do Museu do Índio e da UNESCO, desde 2009. É membro da Comissão Técnica do Inventário Nacional da Diversidade Linguística-INDL (IPHAN, Ministério da Cultura). Coordena o NuPeLi (Núcleo de Pesquisas Linguísticas), no âmbito do PPGAS-MN-UFRJ e o GELA (Grupos de Estudos em Linguística e Antropologia, CNPq).
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Bruna Franchetto
Artes ameríndias da palavra
As línguas dos povos originários se transfiguram em artes da palavra, artes verbais ou, melhor, verbo-musicais, que devem ser ouvidas, vistas, dançadas, antes e independentemente da sua captura pela escrita (alfabética), congelante, unilinear, monodimensional. São artes do ritmo e das tonalidades que se apropriam da musicalidade da fala, são artes dos paralelismos e suas micro-variações. São poéticas povoadas por metáforas, múltiplos sentidos. A captura pela escrita parece inevitável, assim como a captura pela tradução, ou várias traduções possíveis. As poéticas ameríndias podem, por sua vez, capturar de volta escritas e traduções. Celebramos vida e beleza num momento em que os sábios detentores dessas artes, ao mesmo antigas e sempre renovadas, são vítimas de morte e dor.