Marco Antonio Lima do Bonfim
Antirracismo nos Estudos da Linguagem
Conferencista
-
Marco Antonio Lima do Bonfim
Marco Antonio Lima do Bonfim
Professor adjunto no Centro de Artes e Comunicação (CAC) da Universidade Federal de Pernambuco no Departamento de Letras (DL -UFPE), atuando nas áreas de Língua Portuguesa e Estudos do Discurso. Membro da Coordenação do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB -UFPE). Realizou estágio pós-doutoral (2021) em Educação das Relações Étnico-Raciais pelo Programa Nacional de Pós-Doutorado da CAPES na Universidade Estadual do Ceará (PNPD-CAPES/ UECE). Doutor (2016) e mestre (2011) em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual do Ceará. Licenciado em Letras (2008) pela mesma instituição. Professor visitante do Certificado en Estudios Afro-Latino-Americanos do Instituto de Pesquisas Afro-Latino-Americanos – ALARI – da Harvard University (EUA), ministrando o Seminário Especializado virtual ?O Brasil contemporâneo sob a ótica de pensadores (as) negros(as): o que temos a dizer sobre democracia, fascismo e racismo?. Professor Colaborador do Mestrado Acadêmico Interdisciplinar em História e Letras (MIHL – UECE), campus Quixadá. Coordenador do Grupo de Estudos Discurso, Identidades, Raça e Gênero (GEDIRG). É membro associado da ABPN – Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as. É sócio da ABRALIN ? Associação Brasileira de Linguística. Na ABRALIN atua na Coordenação da Comissão de Diversidade, Inclusão e Igualdade – CDII. Tem experiência de pesquisa e ensino em Linguística Aplicada com ênfase em Análise de Discurso Crítica e Semântica/ Pragmática. Seus temas de interesse são: ato de fala, performatividade, identidades e trajetórias textuais na sua relação com corpo, raça, gênero e movimentos sociais; estudo das relações entre discurso, racismo antinegro e decolonialidade nos Estudos Críticos do Discurso. Tem se dedicado mais recentemente ao tema do Letramento Racial Crítico.
Resumo →
Marco Antonio Lima do Bonfim
Antirracismo nos Estudos da Linguagem
No campo dos Estudos da Linguagem, em nosso país, existem algumas pesquisas (MAGALHÃES, 2004; MARTINS, 2004; MELO, 2019; LANTHAM, 2006, FERREIRA, 2015, MUNIZ, 2016, NASCIMENTO, 2019, 2020; e SOUZA, 2020) entre outras/os) que mobilizam as categorias linguagem, identidade e raça de maneira imbricada. No campo da Linguística Aplicada, temos tido cada vez mais uma virada descolonial (BONFIM, 2016) que tem buscado “alternativas, sem os purismos ou fundamentalismos característicos da colonialidade, para a construção de descolonialidades na compreensão do mundo e da vida social” (GUIMARÃES; VESZ, 2019, p. 7-8). Nesse sentido, argumentarei nesta conferência que 1) nossas práticas linguísticas são racializadas; 2) a linguagem não pode prescindir de ser analisada em sua articulação com os processos coloniais e com as formas de subjetivação que participa(r)am da construção de corpos, identidades raciais e generificadas ao longo do sistema-mundo-patriarcal-capitalista-colonial-moderno (GROSFOGUEL, 2010); 3) linguistas (aplicadas/os) lidas/os como sujeitos brancos/as devem assumir os efeitos de sua branquitude tanto em sua prática de pesquisa e ensino no campo dos Estudos da Linguagem como no cotidiano, sob pena de (re)produzirem o racismo epistêmico.