A educação em contextos multilíngues nos PALOP
Avanços e caminhos para o ensino da Língua Portuguesa
Participantes
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Nélia Maria Pedro Alexandre
Nélia Maria Pedro Alexandre
Nélia Alexandre é professora auxiliar do Departamento de Linguística Geral e Românica da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, atual diretora do Centro de Avaliação e Certificação do Português Língua Estrangeira (CAPLE) e, desde 2017, presidente da Associação de Crioulos de Base Lexical Portuguesa e Espanhola. É doutora em Linguística Geral (especificamente, em sintaxe do crioulo de Cabo Verde) pela Universidade de Lisboa e a sua investigação tem-se centrado nas áreas da sintaxe comparada, contacto de línguas, variedades do português em África e aquisição do português como L2. É autora do livro The Defective Copy Theory of Movement: Evidence from Wh-Constructions in Cape Verdean Creole, Amsterdam: John Benjamins Publ., 2012. É investigadora em vários projetos nacionais e internacionais, como Possession and location: microvariation in African varieties of Portuguese e Learner Corpus: da investigação ao ensino de Português Língua Estrangeira/Língua Segunda.
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Eduardo David Ndombele
Eduardo David Ndombele
Eduardo David Ndombele é Professor auxiliar do Instituto Superior de Ciências de Educação do Uige-Angola, Professor há 19 anos, leciona atualmente as cadeiras de: Metodologia de Investigação Científica, Seminário Especializado em Língua Portuguesa e Sociolinguística. É Doutorando em Inovação Educativa pela Universidade Católica de Moçambique e é atualmente o Chefe de Departamento de Ensino e Investigação de Letras Modernas no Instituto Superior de Ciências de Educação do Uige.
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Amália Maria Vera-Cruz de Melo Lopes
Amália Maria Vera-Cruz de Melo Lopes
Amália Maria Vera-Cruz de Melo Lopes é Professora Auxiliar aposentada da Universidade de Cabo Verde, Doutora em Linguística pela Universidade de Lisboa, Mestre em Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas pela Pontifícia Universidade Católica de S. Paulo e Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Portugueses, pela Universidade de Coimbra. Atualmente, é Cientista Convidada do IILP, no âmbito do Programa de Bolsa de Cientista Convidado do IILP, desenvolvendo o Projeto A política linguística na CPLP: Situação atual e perspetivas e, em regime pro bono, Diretora e investigadora da Cátedra Eugénio Tavares de Língua Portuguesa, coordenando a Linha de investigação Linguística Descritiva Sincrónica: Descrição do Português em Cabo Verde. É membro da Cátedra Amílcar Cabral, da Academia de Ciências e Humanidades de Cabo Verde e da Fundação Amílcar Cabral.
Desempenhou, entre outras, as funções de Presidente eleita do Conselho Científico para as áreas de Ciências Humanas, Sociais e Artes e de Ciências Económicas, Jurídicas e Politicas da Uni-CV, Diretora do Curso de Mestrado em Ensino do Português como Língua Segunda/Língua Estrangeira, Presidente da Comissão Nacional para as Línguas, Presidente do Conselho Científico do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP) e Diretora Geral do Ensino Superior e Ciência. Tem como principais áreas de interesse a nível da investigação o ensino do português como segunda língua, estudos de sociolinguística e política linguística.
Moderador(a)
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Alexandre António Timbane
Alexandre António Timbane
Alexandre António Timbane é Doutor em Linguística e Língua Portuguesa (2013) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) – Brasil, Mestre em Linguística e Literatura (2009) pela Universidade Eduardo Mondlane – Moçambique. É Licenciado e Bacharel em Ensino de Francês (2005) pela Universidade Pedagógica-Moçambique. Atualmente atua como professor titular na Universidade Academia de Ciências Policiais de Moçambique (ACIPOL). É pesquisador em Linguística Forense aplicada às ciências policiais. É membro do Grupo de Estudos de Linguística Forense da Universidade Federal de Santa Catarina e membro da International Association of Forensic Linguists (IAFL). Tem experiência em ensino de francês e português, pesquisa na área de Sociolinguística e Dialetologia com particular enfoque na Variação e mudança lexical do Português Moçambicano, contato linguístico e Línguas Bantu moçambicanas.
Resumo →
A educação em contextos multilíngues nos PALOP
Avanços e caminhos para o ensino da Língua Portuguesa
Nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) circulam diversas línguas: línguas africanas (do grupo bantu, do grupo khoisan e crioulos), línguas asiáticas e línguas europeias. Das línguas europeias se destaca o português que é a língua oficial e, consequentemente do ensino. As línguas africanas são línguas maternas para a grande maioria dos alunos nos PALOP. O português é aprendido na escola como segunda ou terceira língua, o que torna obstáculo para a progressão com sucesso nas diversas disciplinas curriculares ministradas em português, desde o ensino primário até ao médio. Os alunos se deparam com um choque linguístico que desafia as metodologias de ensino do português mesmo após vários anos de formação. Em alguns casos, as dificuldades do domínio do português provocam evasão escolar ou até reprovações em massa. O português dos PALOP é diferente do português de Portugal, do Brasil e de Timor Leste. As variedades do português faladas nos PALOP têm características próprias, mas que os estudos dessas variedades ainda não se consolidaram para a publicação de dicionários e gramáticas. Daí que se questiona: que gramática a ensinar na escola nessa situação e qual léxico a considerar na expressão e comunicação oral e escrita nesse contexto? Quais as metodologias de ensino nessa situação em que a língua de casa é diferente da língua da escola? Esta mesa-redonda desafia estes questionamentos analisando os avanços já alcançados e propondo caminhos para esta problemática contribuindo para um ensino de português com qualidade e com sucessos nos PALOP. Será um momento de reflexão crítica (positiva e negativa) dos programas de ensino de português, criando perspectivas para uma educação sem preconceito linguístico e inclusiva. É uma mesa que procura caminhos para que o ensino do português não seja empecilho na progressão dos alunos, mas sim um instrumento de abertura e de contato com os próprios PALOP e com o mundo. Pensar numa educação linguística de qualidade em contexto multilíngue é pensar no desenvolvimento da sociedade e na busca da melhoria da qualidade de ensino nas escolas dos PALOP.