Revisitar o “discurso reportado”: a reflexividade metalinguageira no centro da enunciação

A rica aquisição descritiva que se dispõe para o campo do “discurso reportado” permite considerar, sob o plano da diversidade de operações observáveis no discurso, uma abordagem conjunta do fato linguageiro – universal – da Representação do Discurso Outro, articulando dois modos para a enunciação que não é “una”: o nível metalinguageiro e a alteridade discursiva.

Evocaremos, com risco de sobrevoo, a partir de uma obra recente:
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(a) o sistema diferencial abstrato da língua (3 traços distintivos, definindo 5 modos de RDO), sobre o qual incide a multiplicidade das formas observáveis em relação polêmica com a concepção de um “continuum das formas do discurso reportado”;
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(b) o estado de extração, operado pelo Discurso na sua “exterioridade interna” (já dito, interdiscurso como princípio do Discurso), pelo seu lugar como pela RDO, marca nele mesmo o outro lugar discursivo;

(c) sob o trabalho identitário de caracterização diferencial de um Discurso por seus outros, a questão crucial para um sujeito falante (quer dizer, aquele que é sujeito do que fala), de sua capacidade de sustentar, face ao Outro da Linguagem e à sua ameaça de despossessão – como atestam escritas “no limite” e patologias linguageiras -, o sentimento de tomar uma fala própria, a zona da RDO no Discurso como assegurando, na exterioridade, o “trabalho de borda” de uma fronteira de interface, da proteção-delimitação de uma “pele”.